Luis Cláudio

“Queridos amigos! Lembro de tantas coisas que poderiam ser contadas, das conversas sobre as dúvidas do caminho regadas a chimarrão, sobre a busca de meios para reconstruir os ambientes e as relações humanas nos lugares por onde andávamos, sobre os sonhos…

Mas algo que marcou e que acredito valer a pena destacar é o caráter inovador, improvisador, criativo, corajoso e multiplicador que se revelava a cada visita que fazia aos lugares por onde Luciano e Luciana cultivavam a terra.

Onde imaginava que veria um canteiro, eu encontrava uma aleia. Onde era para ser um pedacinho de chão, lá estava um lavourão! Onde imaginava que restrições financeiras poderiam limitar o trabalho, lá estava uma família toda interagindo, “juntando os trocos” e fazendo acontecer. De alguns ovinhos surgia uma criação. Onde havia um punhado de sementes, aparecia um viveiro, um banco de sementes! Meras recomendações viravam conhecimento aprimorado pela prática, sempre pela prática. Faziam e aconteciam como ainda fazem.

Tenham a certeza de que ‘muito ficou para muitos’ nos lugares por onde passaram, mesmo quando quem já tinha até demais ainda cobrava seu quinhão de poder. O que ficou no chão deve estar até hoje dando frutos, assim como o carinho e atenção nos corações e mentes das famílias agricultoras com quem interagiram com amor.

Por isso Deus permitiu aos Gambarini o direito de receber e cuidar do Jatobá e, a partir dali, não precisar mais peregrinar. Uniram a família, juntaram amigos e construíram uma história de fartura e prosperidade em harmonia com a grande natureza.

A vocês, meus queridos compadres, meu mais profundo respeito e admiração por tudo o que construíram e pelo que certamente está por vir.”